quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Nova Cultura de Lagarto

Faz tempo que Lagarto deixou de ser a terra, apenas, de Sílvio Romero e outros notáveis das letras. Há muito que vivemos remoendo e bulinando a obra destes homens ilustres, que levaram o nome de nossa cidade além-mar. São, no jargão da Academia, imortais, e merecem, portanto, o devido respeito. Mas assusta a forma mecânica que assumimos ao mencionar tais celebridades. Empreendemos seus nomes como sacos vazios, um simples apêndice intelectual à palavra Lagarto. Uma forma decorada de reconhecer os grandes homens de nossa cidade...


Lagarto tem muito mais! E sem precisar recorrer a glórias passadas ou vasculhar as entrelinhas de sua história algum nome importante de capa de livro. Hoje Lagarto tem gente como Assuero Cardoso, que sabe como ninguém versar a vida. Não é difícil encontrar em seus poemas referências à rotina lagartense. Temos pessoas que se dedicam à investigação da história da cidade, como Claudefranklin Monteiro, garantindo que ela seja contada muitas outras vezes, com verdades e mitos - assim como são feitas as boas histórias. Aqui, faço uma homenagem a Adalberto Fonseca (1914 - 2003), homem que teve sua vida misturada com a da cidade, tamanha sua proximidade com estas plagas. Hoje, seu filho, Floriano Fonseca, assume para si a tarefa de descobrir Lagarto, todos os dias - seja na música ou no Folclore.






Há, em Lagarto, um fenômeno único chamado "Parafusos", que giram balançando suas anáguas e anunciando felicidade. "Roda, roda, Parafuso..."





Lagarto tem Los Guaranys, que resiste aos golpes do tempo sem desafinar. Tem Filarmônica Lira Popular, ensaiando a céu aberto para deixar a noite mais bonita... E tem também uma moçada nova, atualizada no embalo do rock n'roll, como as bandas Nuvem Negra e Estúdio Box e Azulejo. Lagarto também sabe ser cool!



E como diria o palhaço, "Hoje tem espetáculo? A gente responde, "Tem sim, Sr". Mérito da Cia de Teatro Cobras e Lagartos, que há oito anos vem divertindo os sergipanos com suas peças, retratos cômicos e dramáticos da vida. Esse grupo, que nos últimos anos tem ajudado a Prefeitura Municipal na manutenção do Centro Cultural Adalberto Fonseca, é referência para a nova geração cultural de Lagarto.



Está na hora de Lagarto ser terra também de outros moços, outros nomes que andam surpreendendo por aí. Não podemos parar em Sílvio Romero!

Os problemas ainda são muitos - e básicos. Mas já é possível notar uma agitação nos corredores lagartenses. Gente com ideia na cabeça. E o apoio da Prefeitura de Lagarto é fundamental para que essa efervescência não vire "fogo de palha". Queremos novas músicas, novos livros, novos espetáculos... "A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte".

4 comentários:

  1. É COM EMESSURÁVEL PRAZER QUE FAÇO PARTE DESTE QUE JÁ É, E VAI SE TORNÁ UM DIA UM DOS, SE NÃO O MAIOR GRUPO EM PRÓ DA CULTURA SERGIPANA DA REGIÃO CENTRO SUL. MUITOS NOMES DO GRUPO FICARÃO NA HISTÓRIA DE LAGARTO.
    POIS NÃO SÓ DE PÃO VIVI O HOMEM, MAIS SIM DE CONQUISTAS E RECONHECIMENTOS QUE SE TORNÃO GÁS PARA QUE POSSAM SER A DIFENRÊNÇA, NESTES DIAS DE MUITA VIOLÊNCIA URBANA E POLITICAGENS DESLEAIS.

    VALEU COMPANHIA COBRAS E LAGARTO E AFINS, É COM MUITO PRAZER QUE FAÇO PARTE DESTE GRUPO AO LONGO DOS 8 ANOS DE HISTÓRIA.

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  2. Tem muita gente nova despontando no cenário cultural lagartense, e o que é mais importante fazendo arte! Com criatividade, alma e empolgação! O Cobras e Lagartos é um sobrevivente! Conseguir se manter ativo, nessa área, durante 8 anos, com um mínimo de apoio, não é para qualquer um.Ainda mais em Lagarto que não possui um histórico de valorização dos seus artistas.
    Nós lagartenses merecíamos ser contemplados com um espaço onde as diversas manifestações artísticas pudessem ser apreciadas por um público maior.
    Não podemos esquecer que a arte alimenta a alma. O artista traz em si o dom de nos fazer enxergar através da bandagem que turva nosso olhar para uma realidade por vezes não muito agradável de se ver e admitir que existe.

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  3. ...acho que fazer isso faz parte (redescobrir nossa história comtemporânea histórico e culturalmente), do papel de cada um. Tentar de alguma forma procurar ou criar a identidade do nosso município sêja de formas artisticas; por que temos um grande potencial cultural, artistas temos e muintos, sempre! o que nunca obtivemos foi o reconhecimento perante as devidas autoridades e nem perante o público; ou de outra forma, se integrando pelo simples "conhecer", "interressar-se", pois as mudanças só ocorrem, só se efetivam apartir de algum engajamento. Seja por algum ativismo, ou de forma espectadora, o alvo o objeto da arte sempre foi o público, o povo, a massa, é a ele que o artista se dirige e é o povo o primeiro a captar aquele sentimento capaz de transformações que devem do artista, os gregos chamava-na "catarse", hoje chamam de "feeling". Dizem que "uma mente que se abra a uma nova idéia nunca volta ao seu tamanho original". Por isso que revoluções artisticas sempre são antecedidas por revoluções intelectuais, dái eu me pergunto, quando teremos a nossa?

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  4. Esse é um manifesto "Além-Sílvio Romero, em favor de uma democracia cultural mais sólida para Lagarto.

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