Arnaldo é daqueles personagens lugar-comum, sem nada de
extraordinário, completamente invisíveis aos olhos do mundo, que passam pela
vida sem deixar marca, gosto ou cheiro... Um homem como tantos outros (mais comum
do que se imagina). Mas Arnaldo, a despeito do seu talento em não ser notado, é
um tipo que sempre corre atrás dos seus sonhos, que não perde a esperança
jamais. Ele quer a todo custo encontrar seu lugar nesse mundo confuso, para não
morrer numa bomba de stress. Arnaldo quer sorrir sem pressa e não duvidar da
felicidade. Quer a certeza roubada todos os dias. Para tanto, já foi contador e
professor, sempre em busca dos seus ideais. E mais: nessa pequena história de
sucesso, nosso herói tenta a sorte no futebol, no balé, na meditação e no
comércio informal, antes de descobrir qual é realmente o seu lugar nesse
planeta, na sua história. Arnaldo quer fazer a coisa certa.
Passaram-se três apresentações desse novo quadro cômico, que
tem como protagonista alguém tão banal quanto eu ou você: Arnaldo. Descobrimos
aos poucos seu potencial temático, sua flexibilidade em ceder e sua força em
convencer. Os aplausos e os risos são nossa garantia... Hoje, Arnaldo é
praticamente um Hamlet, só que menos trágico.